Sobre publicações

O nosso universo, como já comentado anteriormente, é limitado devido a influencia das montadoras quando se importava automóveis e, principalmente, da quase inexistente pesquisa de opinião.

 Quando o maverick foi lançado, foi realizado pela Ford uma pesquisa de opinião entre o Maverick americano e o Taunus alemão. O resultado: o Brasileiro escolheu o Taunus como o próximo lançamento da fábrica. Alguém já viu um deles?

Então, como escapavam desta esparrela? Importação independente. Por causa disto, temos modelos que são raros hoje no Brasil, devido a um planejamento que privilegiava a importação de pequenos lotes, com venda assegurada. E assim passou nossa década de 60 até meados de 70.

 O mesmo acontece com publicações. As revistas estrangeiras são trazidas para o Brasil em lotes, sem preocupação nenhuma com a sequencia dos exemplares. Uma boa matéria anunciada num exemplar pode não ser vista no bimestre posterior, porque o importador e distribuidor não compraram.

 Quando se folheia uma revista com Street Rodder, percebe-se o vácuo que existe entre nossas publicações e a deles. As matérias são recheadas de artigos técnicos, ao passo que as nossas ensinam “como trocar a vela”, “preciso alinhar a direção?” e outras pérolas. Os anuncios americanos são em preto-e-branco, com os valores dos produtos à venda. Nossos anuncios são geralmente de mau-gosto, excesso de coloridos e pouco atraentes quanto às ofertas.

Quem lê as revistas brasileiras de hoje acha que quadrijet foi invento da década de 80, cambio sequencial é só de Formula 1. Tudo isso é antigo e exaustivamente testado. Uma weber 44 montado num Opala pode ter 30 anos de idade. E continua sendo eficiente e requisitado.

Mas eu nào estou fazendo apologia às revistas importadas e denegrindo as nacionais. Nossas publicações melhoraram muito nos últimos 10 anos, trazendo as inovações, os inventos e as pretensões dos nossos preparadores e pilotos. Eu, por exemplo, comprava mensalmente 3 publicações todo mês. Eu preciso ser alimentado com comida brasileira. Se bem que, às vezes, eu como uns hamburgueres…

 Hoje não compro mais por um único motivo: muito da mesma coisa. Não há novidades, continuam com seu amadorismo, fora os erros de português.

3 opiniões sobre “Sobre publicações

  1. Não há uma seqüência de matérias em vários números, quando (e quase sempre) o assunto o permite, querem falar tudo de uma só vez em poucas páginas, gerundiando e comendo pontuações, salpicando com faltas de concordância acompanhado por suco de vícios linguísticos já vencido. Eu também preciso de alimentação nativa, mas é rotina ter que recorrer às nozes e aos damascos, para não ir à inanição.

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  2. Nanael:

    Eu tenho direito de errar, principalmente por não veicular minhas opiniões em um periódico vendável. Ou seja, não sou profissional.
    Aliás, comprar a quatro rodas, nem pensar. Eu testemunhei várias vezes a tendência para a GM, que de tão gritante, num editorial justificou o uso da pista de Indaiatuba e afirmou não sofrer qualquer tipo de pressão.
    Faça me o favor…

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  3. Percebo na maioria das revistas que ja li uma falta de conhecimento de quem as escreve, onde limita-se a informações básicas que praticamente não acrescentam muita coisa e quem quer restaurar ou se aprofundar no assunto.
    Estas revistas deveriam ser escritas por colecionadores, mecânicos, ou quem realmente entenda do assunto.
    Um exemplo é o jornalista Flavio Gomes, ele é colecionador, entende muito sobre antigomobilismo e em todas as suas reportagens vejo muitas informações interessantes.

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